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O halving chegou!

Sim, estamos chegando no terceiro “halving” e o Bitcoin está amadurecendo. No dia 11 de maio, não exatamente, mas provavelmente, ocorrerá o terceiro evento de redução pela metade da recompensa, em bitcoin, dos mineradores, chamado halving. O halving faz parte da política monetária do Bitcoin, que foi projetado como um ativo deflacionário, como o ouro, por isso é chamado de ouro digital. A emissão de novos bitcoins acontece justamente na forma da recompensa que os mineradores recebem por sua participação no processo de validação das transações.

E sua programação foi feita para que, a cada 210.000 blocos, ou aproximadamente 4 anos, essa recompensa seja reduzida pela metade, até que, em torno do ano de 2.140, chegue a zero e tenham sido emitidos 21 milhões de bitcoins. Assim, no surgimento do Bitcoin, a cada bloco minerado, 50 bitcoins eram transferidos ao minerador responsável pela validação daquele bloco, como recompensa. Em 2012 essa recompensa caiu para 25 bitcoins, no primeiro halving, e 12,5 bitcoins em 2016. Espera-se que hoje, 11 de maio, a recompensa dos mineradores passe a ser de 6,25 bitcoins por bloco, que são minerados, em média, a cada 10 minutos.

Há muita especulação sobre o preço do bitcoin em épocas de halving, alguns acreditam que este já é precificado pelo mercado e não há interferência no valor, enquanto outros acreditam que, devido ao equilíbrio de preços, o halving deve causar um aumento no valor se a demanda for igual ou superior ao que era antes do halving.

Mas fora o aspecto especulativo sobre a influência desse fenômeno “técnico/monetário” sobre a cotação do Bitcoin, o terceiro halving é parte do seu processo de amadurecimento, e isso é mais significativo do que sua cotação. Porque demonstra que a rede está seguindo seu protocolo, sendo consistente com a política monetária que foi definida lá na sua origem, há 11 anos.

Outra preocupação levantada em relação ao halving diz respeito aos mineradores desistirem da atividade, por ela se tornar menos lucrativa, prejudicando a segurança da rede. Mas, segundo o especialista Andreas Antonolpoulos:
“Se 50% da capacidade de mineração for desativada amanhã de manhã, estaremos de volta a onde estávamos em 2018 em termos de hashrate.”

O que, segundo ele, ainda é um nível de segurança perfeitamente saudável. Ou seja, mesmo que metade dos mineradores desistisse da atividade, isso não prejudicaria a segurança da rede.

Por isso, chegou o momento, que venha o halving!

 

 

é Advogada, palestrante e sócia da Malgueiro Campos Advocacia. Atua com direito digital e propriedade intelectual. Assessora clientes em negócios envolvendo criptomoedas, Token Sales e Blockchain, além de palestrar e ter diversos artigos publicados sobre o tema. Cursou o Executive MBA pela Business School of São Paulo, o LEEP na Thomas Jefferson School of Law e o MOOC em Digital Currencies and Blockchain Technology na University of Nicosia. Ranqueada duas vezes pela publicação internacional Chambers Global e Latin America, Emília também possui um canal no YouTube, o Descomplicando o Direito. Autora do Livro Criptomoedas e Blockchain O Direito no Mundo Digital, pela editora Lumen Juris.

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