O uso de Inteligência Artificial nos processos internos, como recrutamento e seleção, tem se tornado essencial para otimizar a análise de candidatos, tornando o processo mais ágil e eficiente. A IA pode ajudar a reduzir o tempo de triagem de currículos, transcrever entrevistas e identificar perfis que se alinham melhor às necessidades da empresa. No entanto, o uso dessa tecnologia exige uma adaptação cuidadosa para estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (“LGPD”) e outras regulamentações aplicáveis.
Para garantir a conformidade, é fundamental adaptar avisos de privacidade, explicando de forma clara e transparente como os dados serão tratados, a finalidade do uso de IA e o tempo de armazenamento. Além disso, ajustes nos fluxos e nas condutas internas são necessários para assegurar que apenas os dados realmente necessários sejam coletados e que informações sensíveis sejam tratadas com o máximo rigor. Implementar mecanismos de anonimização, controle de acesso e segurança da informação são passos essenciais para proteger os dados dos candidatos e evitar sanções legais.
Do ponto de vista legal, é importante observar que os princípios da necessidade, adequação e transparência da LGPD devem ser respeitados. A coleta excessiva de dados, o tratamento de informações sem consentimento claro, ou a falta de segurança adequada são erros comuns que podem resultar em infrações legais. Além disso, decisões automatizadas com base em IA devem sempre ser passíveis de revisão humana, evitando discriminação ou viés, garantindo a proteção dos direitos dos candidatos.
Erros comuns que não podem ocorrer incluem:
– coleta indevida de dados sensíveis sem um propósito claro e consentimento explícito;
– falta de transparência sobre o uso de IA, causando desconfiança nos candidatos e possíveis violações de direitos;
– armazenamento de dados por mais tempo que o necessário, sem justificativa adequada;
– decisões exclusivamente automatizadas sem a possibilidade de revisão por um responsável humano, comprometendo a imparcialidade do processo.
Além da conformidade legal, o uso de IA deve respeitar princípios éticos, evitando discriminação e garantindo a transparência nos critérios de seleção. A empresa deve assegurar que decisões críticas, como a seleção final de um candidato, não sejam exclusivamente baseadas em algoritmos, mas sempre supervisionadas por uma análise humana, para manter a imparcialidade e a justiça no processo.
Portanto, investir em IA para recrutamento traz benefícios significativos, mas requer um compromisso com a privacidade, ética e conformidade legal, assegurando um uso responsável e alinhado aos valores da organização e à legislação vigente.
Maysa Zardo